É assim que te quero amor,
assim amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas os cabelos
e como a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita de luz e pão e sombra,
eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor,
uma folha que há de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.
Pablo Neruda
Livros que li
Votem meus amores
Digam meus amores
Pequenos amores
"A maior felicidade é a certeza de
sermos amados apesar de ser como somos."
A paz no mundo começa dentro de mim Quando eu me aceito, de corpo e alma, E reconheço os meus defeitos, com paciência e calma, E em vez de me fragmentar em mil pedaços Eu coloco-me inteira no que penso, sinto e faço Passageira no tempo e no espaço, Sem nada para levar que possa me prender Sem medo de errar e com toda vontade de aprender A paz no mundo começa entre nós Quando eu aceito o teu modo de ser Sem me opor ou resistir E reconheço as tuas virtudes Sem te invejar ou me retrair, E faço das nossas diferenças A base da nossa convivência E em lugar de te dividir em mil personagens Consigo ver-te inteira, real, Sem nenhuma maquilhagem, Companheiras da mesma viagem No processo de aprendizagem do que é ser gente A paz no mundo começa Quando as palavras se calam E os gestos se multiplicam Quando se reprime a vergonha E se expressa a ternura Quando se repudia a doença E se enaltece a cura Quando se combate a normalidade que virou loucura E se estimula o delírio de melhorar a humanidade, De construir uma outra sociedade, Com base numa outra relação, Em que amar é a regra, e não mais a excepção.